Música

É verdade…. Também fui cantor!!!

Em 1977, estava eu na escola primária, quando uma professora juntou todos os alunos e pô-los a cantar músicas populares. O objectivo era reunir alguns deles e, com alguma sorte, formar o grupo que substituiria os famosos “Meninos Rabinos”. Não é que fui um dos escolhidos! Passei a pertencer ao recém-formado grupo “Os Pinocas” e posteriormente ao definitivo “Os Traquinas”….
Com a Polygram acabámos por gravar três “Singles” e fizemos alguns comerciais!
E, cereja no topo do bolo, com o primeiro disco que gravei teria o meu primeiro ordenado – 800 escudos! Qualquer coisa como 90€ aos dias de hoje!

Nos finais de 79, e aquando de uma das inúmeras reuniões de antigos estudantes de Coimbra que o meu Pai fazia em nossa casa, convidaram-me para cantar o fado. Nesse dia estava presente um dos produtores da “Valentim de Carvalho” – Sr. Mário Martins – que me ouviu atentamente. Disse ter gostado muito e prontamente convidou-me a gravar um disco… E aí entrava eu no meio artístico, como cantor, e logo com contrato com a “imponente” EMI – Valentim de Carvalho!

No início de 1980 falei-lhe na possibilidade de concorrer ao Festival dos Pequenos Cantores da Figueira da Foz. Na altura era o Festival em que qualquer criança que gostasse de cantorias quereria participar. A ideia foi bem aceite, só faltava a música. Trataram de arranjar o compositor. Carlos Paião! Sim… Carlos Paião!
Na altura, um miúdo de 10 anos iniciar-se nestas lides e logo com uma música composta, especialmente para ele, pelo “génio” de Paião, era algo de impensável. “Eu já Namoro” foi o tema com que me apresentei no festival e com o qual ganhei o prémio da “Melhor Voz Nacional de 1980”. Esta música acabou por ser na altura um “pequeno sucesso” e fez com que me lançasse nessas “lides”.

Entre 1980 e 1982 gravei 4 “Singles” a “Solo”, incluindo o disco de fados… afinal o propósito de tudo ter começado! Mas se ainda hoje existe quem se recorde do “Eu já Namoro”, foi o “Voa passarinho voa” aquele disco que mais sucesso teve e que maior número de cópias vendeu. Lembro-me que foi por uma quantidade mínima que não cheguei ao “Disco de Prata”. Tive cerca de 22000 cópias vendidas, para as 25000 necessárias!
Vejam bem o que seria ter um “Disco de Prata” junto dos meus trofeus!!!